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Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Generation Gap

16.06.17, Eu e a Outra

Hoje foi dia de visita de estudo para alguns miúdos do oitavo ano. Vieram conhecer a universidade e fazer alguns workshops.

 

Um deles era para programar em Python (meia dúzia de unidades com um exercício cada, para eles perceberem as bases da programação, e sempre baseado em exercícios no computador). 

 

Antes de começar pensei que, com os miúdos a aprenderem programação desde a escola primária e estando rodeados de tecnologia desde bebés, não tarda nada até a nossa geração, os tech-savy do século XXI, ser obsoleta... Daqui a 30 anos os meus filhos vão achar que eu sou uma trenga, revirando os olhos em desaprovação enquanto me explicam como funciona a nova rede social em realidade aumentada. E se calhar vai ser verdade...

 

Mas, no entretanto, os miúdos de hoje tem que aprender a ler, respirar e ler outra vez, antes de baterem com a cabeça na mesa e dizerem que estão stressados

 

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Cinco Minutos de Ciência #1

15.06.17, Eu e a Outra

E o primeiro post desta rubrica vai para ...

                   os tripanossomas africanos, os bichinhos com que trabalho. 

 

São parasitas unicelulares do sangue. Em África, são transmitidos pela mosca do sono (tsetse, Glossina spp), mas também existem na América do Sul, onde são transmitidos por outras moscas. Estes organismos causam  a doença do sono nos humanos (apenas em África) e a tripanossomose animal em vários animais (a sério?!), mas principalmente ruminantes, camelos, porcos, e cavalos. No entanto, há tripanossomas que podem infectar quase todos os animais, incluindo leões, macacos, morcegos e até crocodilos (os crocodilos têm um super sistema imunitário!). 

 

No mês passado, fizemos parte de um evento no Museu do Mundo, em Liverpool, onde ensinámos as crianças sobre a doença do sono e o fenómeno da variação antigénica. Claro, que tivemos que tornar o assunto mais acessível e por isso organisámos um jogo onde os miúdos super-heróis-anticorpos tinham que apanhar os miúdos super-vilões-parasitas, com máscaras e luvas coloridas. 

Este foi um dos posters que apresentámos e que lhes oferecemos para levarem para a escola e ensinarem os colegas: 

 

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Mais tarde explicarei melhor como é que uns organismos tão pequenos conseguem ser complexos o suficiente para resistirem neste mundo há milhões de anos, sobreviverem em quase todas as espécies de animais e terem um dos sistemas mais avançados de evasão da resposta imunitária.

Nairobi, Um Santuário na Cidade

14.06.17, Eu e a Outra

Nairobi é a capital do Quénia, famosa, entre outras coisas, por ter o único parque natural de animais selvagens dentro de uma cidade grande. Os turistas podem fazer safaris de diários ao parque para tentarem ver os muitos animais que lá vivem, mas o centro das atenções são, sem dúvida, os rinocerontes pretos. Estes foram introduzidos lá para procriarem de forma a prevenir a sua extinção motivada, principalmente por caçadores furtivos na busca de marfim. 

 

Na minha viagem, consegui vê-los, mas apenas ao longe. Vi também girafas, zebras, abutres, gazelas, hipopótamos, antílopes, búfalos, um leão e milhares de pássaros diferentes. 

 

 

 

 

 

Depois do safari, que se faz ao amanhecer ou ao entardecer por causa do sol tórrido que afasta os animais, os turistas podem visitar o orfanato de elefantes da fundação David Sheldrick e o centro de girafas. Às 11h da manhã, todos os dias, os elefantes do orfanato são recolhidos e alimentados e os visitantes podem observar. No resto do dia, andam livres por entre a selva da fundação. Todos os elefantes que vivem ali são bebés que foram encontrados órfãos porque as mães morreram de doença ou caça ilegal. A Fundação cuida deles até serem adultos (3-5 anos) e depois reintegra-os na vida selvagem. Este processo de reintegração pode levar algum tempo porque é necessário encontrar um grupo de elefantes que queira receber o órfão. 

 

No centro de girafas, os visitantes podem alimentá-las à mão, mas apenas uma manada de flocos de eucalipto por pessoa, para evitar sobre-alimentação.

Cristiano, Decisões e o "metam-se na vossa vida"

13.06.17, Eu e a Outra

As redes sociais inundaram-se de comentários sobre os supostos filhos gémeos do Cristiano Ronaldo, sendo que a maioria deles questionam a razão de "pagar milhões" por uma barriga de aluguer quando há tantas crianças no mundo a precisarem de ser adotadas.

 

Ora, eu acho que isto tem dois problemas:

1. O Cristiano tem tanto direito como o resto do mundo a ter filhos biológicos, se assim o desejar. 

2. Havemos de ter muito que ver com isso, havemos. 

 

 

 

 

P.S. Sou totalmente a favor da adoção, espero poder ter essa oportunidade em breve. Mas porque eu quero, não porque a sociedade acha muito lindo.

Perdida em África!

12.06.17, Eu e a Outra

Em Setembro do ano passado (2016), estive em Busia a fazer trabalho de campo por 32 dias. Busia é uma cidade fronteiriça que liga o Quénia ao Uganda, mas também a capital do distrito com o mesmo nome. Perto do Lago Victoria, um dos grandes lagos africanos, é uma zona de paisagens opostas, onde há planícies áridas que em tempos se enchem de água com o transbordo do lago, e montanhas altas e verdejantes que também se enchem de água com a acumulação das chuvas. 

De terra vermelha de tanta argila, as estradas sofrem com as estações e desaparecem de tempos a tempos, emergindo repletas de buracos de metro e meio. Porém, por entre trocas de pneus e vendedores de bananas e cana de açúcar, lá se vêm pastores e pastoras com os seus rebanhos em trajes coloridos, meios desbotados pelo sol. 

 

De resto, deixo-vos fotos lindas do pôr-do-sol mais bonito do mundo.

 

A viagem foi feita como parte do doutoramento, financiada parcialmente pela Sociedade Britânica de Parasitologia, e por isso escrevi um relatório sobre ela para eles postarem na webpage. Fica aqui o link, se a quiserem ler (em inglês). 

O laboratório que me acolheu, Zoonotic and Emerging Disease Group,   também me pediu uma breve descrição do trabalho para o blog deles. É curto, prometo. 

Rota do Român(t)ico

11.06.17, Eu e a Outra

Decidi começar a rubrica de viagens com uma pérola escondida do nosso país porque nem só lá fora há maravilhas. 

 

 

 

No primeiro fim-de-semana de Abril passamos 2 noites no Douro Palace Hotel Resort & Spa, em Santa Cruz do Douro, Baião. Usufruímos de um pacote romântico que incluía um miminho no quarto com chocolates de vinho do porto, fruta, espumante e um lindo ramo de rosas, 2 jantares à descrição assinados pelo chef Hélio Loureiro no Restaurante Eça, e duas massagem de 20 minutos por pessoa, que optamos por juntar em apenas uma mas de 40 minutos. Para além disso, também aproveitamos outro pacote do Spa e fizemos uma massagem a dois maravilhosa e um banho de hidromassagem de leite e mel. (Não tirámos fotos à comida nem ao Spa porque estávamos muito ocupados a aproveitar! Desculpem!)

 

Miminhos à parte, o hotel é divinal. Os quartos têm uma vista magnífica do rio Douro e das vinhas e uma varanda bem privada onde podemos aproveitar a paisagem sem nos sentirmos observados pelos vizinhos. Nós fomos em época baixa, por isso a piscina e os bares exteriores estavam fechados, por isso no Verão tem ainda mais condições (embora talvez menos sossego?). 

Para além de todas as comodidades do hotel, Baião está no centro da Rota do Românico e por isso rodeado de trilhos pela natureza que podem ser feitos a pé ou de bicicleta para os mais corajosos. Para amantes literários, a Fundação Eça de Queiroz é a 10 minutos de carro e tem um restaurante com gastronomia queirosiana, uma vista espetacular e um menu muito engraçado a imitar o passaporte da mesma era - Restaurante de Tormes. A comida não é brilhante, mas vale pela experiência. 

 

Encantem-se com o sítio. Afinal, o Douro Vinhateiro nunca desaponta. 

 

 

Bom Dia!

11.06.17, Eu e a Outra

Hoje é o dia zero desta nova aventura. 

Aqui, vamos falar de coisas maravilhosas, de coisas assustadoras, de viagens exóticas, do dia-a-dia monótono, de bichinhos tropicais e de muito amor. 

 

Ponham-se confortáveis que vamos começar. 

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