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Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

A ti, amor da minha vida.

31.03.18, Eu e a Outra

Ainda suspiro quando penso na primeira vez que demos a mão, por breves instantes, tantos anos antes de existir um "nós". 

 

Ainda me derreto por dentro quando penso na primeira vez em que me levaste ao cinema e me disseste que eu parecia uma princesa por me sentar de costas direitas, perna cruzada e mãos leves no joelho.

 

Ainda sinto o frio na barriga quando penso da primeira vez que nos beijámos, curvados por cima da secção desportiva de um jornal, por já não conseguirmos mais esperar mais. 

 

Apesar de termos cada vez menos momentos de borboletas na barriga, temos cada vez mais horas a fio de felicidade plena.

 

Cada vez tenho mais orgulho em ti, no que te tornaste e no que te vais tornar.

 

Cada vez sinto uma gratidão maior por conhecer um amor tão bom, tão certo, tão cheio. 

 

Quando penso no futuro, e penso menos graças a ti, vejo-nos bem e este é o melhor adjetivo que se pode imaginar. O "Bem" é tranquilo, pacífico, pleno, feliz, grato. O "Bem" somos nós agora e para o resto das nossas vidas.

Silêncio.

26.03.18, Eu e a Outra

Ao fim de quase mês aqui, sinto-me exausta e já descobri porquê. Não é o trabalho, não é do stress, não é do calor.

 

É do barulho. 

 

Eu, habituada ao meu silêncio*, estou há três semanas a ouvir barulho constante:

 

- 3 crianças com menos de 5 anos a berrar entre as 10h e as 12h e entre as 17h e as 20h.

- os desenhos animados das 3 crianças nas mesmas horas.

- a música evangélica da dona da pousada - a TODA a hora, em loop.

- a dona da pousada a cantar as respetivas músicas evangélicas, a bater palmas, ou a falar "bebezês" para as três crianças descritas acima.

- duas televisões ligadas no máximo em programas diferentes entre as 19h e as 23h45.

- uma cadela que começa a ladrar e a atirar-se à porta às 6h30 da manhã.

- o pessoal que vem tomar o pequeno-almoço as 7h da manhã de sábado e domingo. 

 

E quando por milagre tudo o resto se cala, o vizinho liga o rádio NA PUBLICIDADE num volume suficiente para rebentar os tímpanos de um DJ. 

 

Valha-me a nossa senhora, mas sem música a acompanhar por favor.

 

 

 

* É sério, sou capaz de passar um fim-de-semana inteiro sozinha em casa sem ouvir uma mosca, com toda a tranquilidade do mundo.

Ninguém está bem com a palha que tem

25.03.18, Eu e a Outra

Já dizia o ditado... 

Ando-me a sentir muito assim, inquieta, indecisa, preocupada. 

 

Para desanuviar a cabeça (e porque não trouxe esfoliante na mala), decidi mimar-me com um esfoliante caseiro feito com café moído, açúcar e leite de soja. Passei no corpo todo, incluindo a cara, e lavei com água morna. Depois fiz o meu ritual de cremes e ficou top. Acho que o açúcar não é adequado para quem tiver propensão para acne, mas como não é o meu caso, fez-me bem. 

 

Sol, neve e chuva tropical

21.03.18, Eu e a Outra

Enquanto na minha casa a primavera chega sem mandar embora a neve, aqui onde estou agora o outono chegou sem mandar embora o calor. É certo que veio uma chuva tremenda, mas foi o típico temporal tropical que durou quinze minutos e meio. Três horas depois já o sol descia forte, quente, implacável, em cima dos meus ombros pretos. Pois é, eu estou em "terra mestiça", mas eles já me tratam por "negra Portuguesa", tal foi a rapidez com que a palidez inglesa deu lugar ao moreno escuro. 

Tatuagens é feio?

19.03.18, Eu e a Outra

Estava eu a tomar o pequeno-almoço com a dona da pousada (S) onde estou a ficar quando vem uma amiga/empregada (A) dela e diz assim:

 

(A) Oh Sónia, hoje há velório!

(S) Sério? Quem morreu?

(A) Ah, foi um moço novo ali no bairro. 

(S) E morreu como?

(A) Ah comecou a vender droga mais barato do que o homem que já lá estava. 

Então o homem foi lá e matou-o. 

(S) E isso foi ontem à noite? 

(A) Não, ontem foi o carro. Os amigos do moço viram tudo e ontem foram lá pegar fogo ao carro do homem.

(S) Ai que triste, né?

(A) Sim, o pior é que o moço era mesmo bonito. Nem tatuagens tinha.

 

Tive que olhar para a senhora incrédula com a conclusão da conversa. Eu e as minhas tatuagens. 

 

Vender droga é tranquilo. Tatuagens é que é coisa do demónio. 

 

As notícias do Brasil

13.03.18, Eu e a Outra

Em Inglaterra não tenho nem vejo televisão, por isso só estou a par de notícias escritas.

Aqui no Brasil tenho visto o telejornal das 7h30 da manhã e só tenho uma palavra: 

 

MEDO. 

 

 

As notícias aqui são dadas a uma velocidade exorbitante, têm um conteúdo que parece retirado de filmes de ação e são tantas que nunca se repetem no dia seguinte. 

Que me lembre, esta semana já soube de:

 

- pessoas estúpidas que tentaram atear fogo a um sem abrigo

- pessoas inteligentes que assaltaram a carga de um avião no maior aeroporto do país, utlizando a carrinha de segurança

- pessoas parvas que foram apanhadas com uma "luva" de 500,000 reais em dinheiro, numa mala. 

- pessoas completamente doentes que abriram fogo numa zona de bares do Rio de Janeiro

- polícias militares a agredirem civis por razão nenhuma (2 histórias diferentes)

- um advogado que apertou o pescoço a uma médica num bar só porque sim.

- pessoas que estavam presas porque não denunciaram o suficiente

- pessoas que foram libertadas ao fim de seis meses de terem sido dadas como inocentes

- ministros corruptos que não são presos porque têm imunidade diplomática.

 

Ah, e as previsões do tempo claro.  

Domingo é dia de desculpas.

11.03.18, Eu e a Outra

Quando cheguei do trabalho matinal (por volta das 11h15), sabia que devia sentar-me no computador e tratar do trabalho acumulado. Mas a piscina chamou alto por mim e pensei "faço à tarde". 

 

Só que depois já era de tarde...

 

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