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Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Não estou num país tropical mas parece

30.06.18, Eu e a Outra

A sério, não me enganei e não emigrei de repente para as caraíbas deste mundo. Continuo de pé fincado no norte da inglaterra e há sete dias que estão mais de 25 graus. 

 

Mais, segundo a BBC, pelo menos até ao dia 13 de Julho não chove e não desce dos 23ºC (de máxima claro, que isto também não é o Dubai). Acho que nunca tinha visto a meteorologia inglesa prever 0% probabilidade de chuva. Não me esqueci do 1, é mesmo zerinho, redondo. Não vai cair água do céu tão cedo.

 

 

Ao fim de oito anos, temos um verão a sério, com mais de três dias seguidos e eu agora não tenho o que vestir. #firstworldproblems

 

Se calhar está na altura de trocar os lençóis de flanela não?

 

Este tweet faz o sumário do que se passa por aqui. Mas por mim tá tudo bem.

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Eu nem quero, mas o destino é (sempre) italiano.

29.06.18, Eu e a Outra

 

Apesar das minhas resmunguices daqui, sobrevivemos à date night com classe. Não fomos ao restaurante que queríamos porque estava cheio (), nem à segunda opção, mas a terceira tentativa foi um charme e lá nos arranjaram a única mesa disponível. 

 

Antes disso, tínhamos estado num sítio que gostamos muito, à beira-rio:

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Como já vem a ser hábito, a escolha (apesar de meia forçada) recaiu num restaurante italiano a que nunca tínhamos ido, mas que nos impressionou porque a comida estava ótima e os empregados eram super simpáticos. 

 

 

IMG_0659.JPG

 

 

O dia mais bonito da minha última viagem ao Quénia

27.06.18, Eu e a Outra

Apesar de todos os contratempos que tivemos durante o trabalho de campo, conseguimos terminar o trabalho com um dia de antecedência. Por isso, aproveitámos o nosso dia de folga para fazer um passeio de barco até à ilha Wasini.

 

Saímos às 7h30 da manhã com o pequeno-almoço tomado e conduzimos cerca de 75 minutos. A maior parte da viagem foi tranquila, embora os últimos 20 minutos tivessem sido por estradas de terra, cheias de buracos, lombas, mini-lagos e tudo o que possam imaginar.

 

Chegamos cedo, esperamos bastante até que todas as pessoas chegassem e saímos de barco. A viagem demora 1h30 até às ilhas onde se faz o mergulho/snorkelling/chapinhas na água. O barco é velho e cheio de pessoas. Mas quando se chega ao destino e vemos a água tão cristalina, tão bonita, tão pura, tudo vale a pena.

 

Eu fiz snorkelling porque ia voar no dia seguinte de manhã e por isso não podia mergulhar. Fizemos 45 minutos à Porto de snorkelling intensivo. Não acreditam? Pois, acreditem. O barco deixou-nos nos recifes e foi à vida dele. Nós tivemos de dar à barbatana (que é como quem diz pernas porque não tínhamos barbatanas nem pés de pato) até encontrarmos o barco. Não tenho bem a certeza da distância, mas terá sido 1 a 2 Km porque nadamos 45 minutos seguidos sempre a bom ritmo. Pelo caminho, vi peixes de todas as cores e feitios que possam imaginar, anémonas, raias, corais gordos e saudáveis. Só não vi peixes grandes nem moreias. O maior peixe que vi deveria ter cerca de 30cm. Mas aquelas cores, ai as cores.

 

Embarcámos, fomos buscar os mergulhadores e seguimos para a ilha principal (cerca de 1h) para almoçar. Almoçámos peixe grelhado com molho de coco e arroz, também tinha chapati, pasta de chilli, batatas cozidas e um estufado de algas que me surpreendeu pela positiva. Como podem imaginar, tudo muito simples, mas estava bom.

 

Depois de um intervalo pela ilha, regressamos para terra e fomos à nossa vida salgados, cansados e felizes.

 

Vejam o vídeo:

 

 

Date night não pode ser ao Sábado

25.06.18, Eu e a Outra

1. Um passeio pelas docas (ou pela Ribeira, ou pela Foz, ou pelo Chiado) transformam-se num episódio da saga

Que confusão! Dá-me a mão para não nos perdemos um do outro.

 

2. Não cabe nem mais uma alma depenada nas zonas top de Liverpool (e com certeza será assim no Porto e em Lisboa também). 

Tem reserva? Senão só se jantar em 40 minutos, preciso da mesa de volta às 20h30.

 

3. Os restaurantes entram em modo disco-night para tentarem (em vão) que a música se sobreponha às galinhas e galos excitadinhos que ligam os altifalantes que têm na garganta quando bebem um copo de vinho (ou dois).

Pânicos do segundo dia

23.06.18, Eu e a Outra

Querem mais um excerto do diário (a primeira parte está aqui) ?

 

A noite foi atribulada. As janelas são abertas e não há ar condicionado. Por isso, a tempestade que fazia lá fora também se fazia cá dentro. Depois também tive que acordar às 00h45 quando o resto do pessoal chegou para lhes abrir a porta e receber as minhas malas. Quando acordei às 6h30 estava com sono, mas nada de grave. Tomei um ben-u-ron que o meu dente anda-se a armar aos cucos e reparei que só tenho mais um comprimido e não trouxe Brufen. Às 7h eu e a Kawira estávamos prontas, mas entre atrasos e conversas e preparações só saímos com os dois empregados às 8h da manhã. Era suposto ser uma viagem rápida de 2h só para irmos recolher as moscas e regressarmos para as dissecações. Chegámos eram 17h30. Como? Pois... fomos ao laboratório em obras buscar redes, depois seguimos para os vários blocos. (Sim, mandaram-nos para cá, mas o laboratório está em obras! Por isso, montamos um laboratório no alpendre de uma das casas onde estamos hospedados.) Descobrimos que eles puseram as redes erradas e que o pessoal que estava a recolher as moscas achou por bem matá-las, esmaga-las, asfixiá-las, e eu sei mais lá o quê. Resultado: não servem de nada. Mudámos de planos: fomos colocar as redes corretas. Era só uma ou duas, mas acabaram por ser catorze. Sem rede, sem casa-de-banho, sem nada. O que me valeu foi a meia Fanta do dia anterior e os snacks que levei na mochila (a experiência de Busia ensinou-me que aqui neste país nunca se sai de casa sem comida). Pelo caminho ofereceram-nos toranjas e compramos bananas. Foi esse o meu lanche/almoço/lanche: uma toranja, uma banana, três bolachas de água e sal e uma barra de cereais. Tenho a cabeça pisada de bater no jipe por causa dos buracos. Quando finalmente chegamos a casa, comi um pão de leite e duas ameixas secas (vindas de Liverpool) e tomei um banho, lavei o cabelo, mudei de roupa. Acabamos por conseguir trazer 14 moscas vivas por isso fizemos a dissecação às 19h, já escuro. Tudo negativo. Mais más notícias é o que preciso. Veio-me o período e nem sequer posso ficar chateada porque era para vir no Domingo e portou-se lindamente a atrasar-se senão o dia de hoje tinha sido ainda pior. No entanto não tenho saco do lixo em lado nenhum. Não sei como me vou arranjar. Estou à espera que o jantar esteja pronto – vou comer esparguete com tomate e cenoura. Perguntaram-me se punha sal ou açúcar no esparguete por isso tem tudo para correr bem. Decidi escrever este diário porque quando estou sozinha só me apetece chorar e acho que escrever me ajuda a deixar de ser parva. Isso e o facto de que assim da próxima vez que tiver a brilhante ideia de aceitar fazer trabalho de campo posso vir ler isto e ganhar juízo.

Amanhã começamos às 10h – supostamente. Vamos ver.

Apresento-vos a praia

19.06.18, Eu e a Outra

Olá caríssimos.

Hoje trago-vos as vistas de Diani Beach, no sul do Quénia. Banhado pelo Oceano Índico, é uma zona tranquila. Tem vários hotéis, resorts, aparthotéis e uma praia linda de morrer, especialmente quando a maré está vaza.

 

Podem chegar cá vindos de Nairobi de carro (12 horas – não façam isso às vossas vidas) ou de avião. Há várias ligações diárias para um pequeno aeródromo (Ukunda). Também podem vir de Mombasa de carro (1h45), de comboio, ou de avião.

 

 

 

 

A praia termina na foz do Rio Kongo. De lá, podem ver o pôr-do-sol sentados num cordão de areia que separa os dois lençóis de água. Vi pessoas a levarem uma mala térmica com bebidas e uma toalha grande e a passarem assim o fim da tarde em sossego máximo a ver a beleza que o planeta nos oferece todos os dias.

 

 

 

As desvantagens deste lugar são as desvantagens de qualquer sítio em África. É preciso regatear tudo, as praias mais concorridas têm vários “beach boys”. (São rapazes locais que metem conversa, contam a história da terra e vendem cocos e pedem dinheiro. Podem ser muito chatos.) É preciso repelente de mosquitos forte, especialmente para a partir das 5h da tarde. A zona local (que é fora da linha da praia) é feia, com as barracas lojas típicas, lixo e barulho.

Pânicos do primeiro dia

17.06.18, Eu e a Outra

Vou partilhar um excerto do meu diário de bordo da minha atual viagem ao Quénia. Nos primeiros dias escrevo sempre mais, é a minha maneira de me habituar e de racionalizar tudo o que sinto. Este foi o meu primeiro dia. 

 

Acordei às 6h da manhã, tomei o pequeno-almoço e esperei. Éramos para sair às 6h30, depois às 8h30, depois já nem sabíamos se íamos nesse dia. A viagem que nos esperava era de 12h, desde Nairobi até Diani Beach, na parte de sul da costa.

 

Acabei por passar a manhã no escritório a passar todos os ficheiros importantes dos super-computadores para o meu porque disseram-me que não havia Internet em Diani. Eu e a Kawira acabamos por ter de ir de avião porque já não havia lugar no carro para nós. Claro que não nos fizemos de rogadas.

 

Saímos já tarde para o aeroporto e íamos a caminho do aeroporto doméstico quando reparei que o voo era do aeroporto internacional. Estávamos presos no trânsito... Nem para um lado, nem para o outro.

Entrei um bocado em pânico. Rezei, chamei todos os seres de luz que me pudessem salvar e lá cheguei ao aeroporto já depois da hora de fecho do check-in. Aprendi que aqui eles são mais relaxados em relação a isso, mas foi por um triz. Passámos a segurança e já estávamos a embarcar.

 

Chegámos a Diani e a nossa boleia não estava lá. Ainda estavam perdidos no meio do campo, por isso tivemos que nos desenrascar. Os taxistas queriam 1000Ksh (10€) para uma viagem que deve custar 200Ksh (2€). Dissemos que não e fomos a pé pela rua até encontrarmos um tuk-tuk que nos salvasse. Quando chegámos, tomei um banho e fomos ao supermercado. Fiquei com o melhor quarto, cama dupla e bom colchão, com casa-de-banho privada. Mas é tudo sujo. Ainda bem que trouxe chinelos. Tudo isto é carregado de pó, pedrinhas, bichinhos. Mas tenho água quente e uma rede mosquiteira.

 

Já não me lembrava da realidade dos supermercados do Quénia. Trouxe pão de leite e água. Também compramos o nosso jantar, mas para uma vegetariana como eu torna-se muito complicado. Jantei chapati e uma Fanta (já não bebia Fanta desde a última vez que vim para o Quénia). No fim, fomos descansar porque devíamos sair às 7h da manhã no dia seguinte. O pessoal que veio de carro só chegou por volta das 00h30. Agradeci tanto ter vindo de avião, ninguém imagina.

Algo se passa

12.06.18, Eu e a Outra

Quando as janelas estão fechadas e mesmo assim as cortinas voam ao sabor do vento como se não houvesse amanhã, algo está mal...

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