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Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Eu e a Outra

Coisas maravilhosas, coisas assustadoras, viagens exóticas, dia-a-dia monótono, bichinhos tropicais e muito amor. Ponham-se confortáveis que vamos começar.

Ansiedade, essa besta

24.07.18, Eu e a Outra

Pelo que leio aqui nos blogues e nas restantes redes sociais, a ansiedade é muito frequente.

 

Este ano ando muito mais tranquila e segura. Não quero dizer que não tenha dúvidas. Tenho tantas ou mais dúvidas, o que é perfeitamente normal quando se tem de tomar decisões. Mas estou segura que tudo se vai resolver da melhor forma. Seja lá o que tudo for. A grande diferença é que não fico a obcecar com coisas fora do meu controlo.

 

O meu maior problema sempre foi stressar incessantemente porque uma determinada coisa estava a demorar muito tempo. O melhor exemplo vem do meu trabalho.

 

A investigação é um gigante trabalho de grupo. Normalmente há uma pessoa que faz a maioria do trabalho duro, outra que é o big boss e que torna o trabalho duro em algo incrível, e mais dez que contribuem com coisas pequenas e depois aparecem no fim para dar opiniões. É assim que funciona e funciona bem. Mas tudo isto implica que a pessoa que faz o trabalho árduo dependa pelo menos um bocadinho de todas as outras. E quando as outras não cumprem prazos, ou demoram mais do que deviam, a minha ansiedade vem. A todo o vapor. E não é uma questão de não ter mais o que fazer, é mesmo uma necessidade enorme de terminar as coisas e fazer o que é necessário no menor tempo possível.

 

Tudo isto está muito bem até tomarmos consciência que o cérebro não desliga. Nunca. E isso não é saudável. Cada vez me convenço mais que quanto mais obcecarmos com um assunto mais ele bloqueia. É como se a nossa energia de apego a essa determinada coisa a impedisse de fluir.

 

Aos poucos começo a deixar fluir. Mantenho-me focada nos objetivos, trabalho para isso, faço vários planos de contingência porque é bom ter opções, mas começo a seguir aquele cliché giro do “o que tiver que ser será”.

 

Foco-me no objetivo, mas não no caminho para ele. Eu sei onde quero chegar, o quando e o como vão-se moldando todos os dias. Aprender a lidar com isto tem sido o maior desafio da minha vida e acho que estou a conseguir.

 

E como é que estou a mudar? Não faço a menor ideia.

Podia dizer que faço meditação todos os dias, que faço yoga (on and off) há treze anos, que tenho cuidado com o que como, que não saio à noite. Podia dizer que tento fazer desporto regularmente, que durmo 8 horas por dia, 9 ao fim de semana. Podia-vos contar que já fiz retiros espirituais, várias terapias complementares. Podia dizer isto tudo porque é verdade. Mas nada disto teve um efeito direto, rápido e absoluto. Talvez seja tudo. Talvez sejam os anos a passarem-me pela pele. Talvez.

 

Gostava de trazer uma receita milagrosa. Dizer que fiz uma coisa e que agora sou muito menos ansiosa. Mas não posso porque não sei. Só sei que é bom estar em paz.